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Junho

BALNEÁRIO DE CASTELHANOS – UM PEQUENO PARAÍSO CAPIXABA

BALNEÁRIO DE CASTELHANOS – UM PEQUENO PARAÍSO CAPIXABA

Evaldo D´Assumpção (*) /6/2023

Aposentando-me em 2009, buscava um lugar para me mudar com minha esposa Edite, pois Belo Horizonte crescia cada vez mais, tornando-se uma metrópole com todos os problemas urbanos que isso traz. Indicaram-me então a praia capixaba chamada Castelhanos, da qual nunca ouvira falar. Fomos conhece-la em julho daquele ano e lá chegamos ao meio-dia. Procuramos a Paula, corretora de imóveis que nos fora indicada, e vimos alguns imóveis, sem qualquer atrativo. Já desistindo, fomos conhecer a última casa, que depois fiquei sabendo ser da família de uma ex-aluna minha, em BH. Gostamos muito, e no final da tarde já éramos os seus novos proprietários. Nos cinco meses seguintes realizamos uma reforma radical no imóvel para, em 29 de dezembro daquele ano, mudarmos definitivamente para ele. Nas semanas seguintes, passei a explorar toda a extensão daquela comunidade, que é um bairro a 4 km do centro de Anchieta, sede do município. Até hoje, treze anos passados, ainda continuo descobrindo vários lugares pitorescos, em minhas caminhadas matinais, quase diárias, percorrendo em média 5 kms., sempre seguindo novos roteiros. Descobri que não existia somente a praia maior, que dá nome ao bairro, tendo pouco mais de 1 km de extensão. Existem outras praias que, por terem muitos recifes, são pouco frequentadas e conhecidas. Todavia possuem muitos encantos, com pequenas áreas sem recifes, onde se pode banhar. E também razoáveis extensões de areia para se tomar sol, fazer piqueniques, ter sublimes instantes de silêncio e tranquilidade, propiciando para os que gostam, perfeitas condições para oração e meditação. Por isso, resolvi escrever esse pequeno roteiro, bem ilustrado, para que os visitantes, e mesmo os moradores que não as conhecem, desfrutarem de seus encantos. Hoje prefiro chamar nossa comunidade, como outros já o estão fazendo, de Balneário de Castelhanos, pois aqui não é somente uma praia, mas diversas. O centro comercial e administrativo fica logo na chegada, pela pista asfaltada que liga a Rodovia do Sol à essa comunidade. Virando para o lado esquerdo de quem chega, fica a Capela de N. Sra. do Carmo, nossa padroeira, onde todos os domingos ocorrem celebrações às 19 horas. Também desse lado ficam a agência de correio, a quadra esportiva e o colégio municipal Alcides Cecon. Continuando nessa direção, entra-se na comunidade da Praia de Guanabara, situada ao norte de nosso Balneário. A praia de Guanabara é a continuidade da praia de Castelhanos, na direção norte, onde antigo naufrágio de um navio assim chamado, lhe deu o nome. Se da pista asfaltada, virando-se à direita na avenida beira-mar, logo se entra no centro comercial, onde existem várias lojas, a cada dia aumentando seu número. Prosseguindo nesta avenida, que tem o nome de Afrânio Mundim Pen, fundador de Castelhanos. Ele já havia feito um loteamento na Praia do Morro, em Guarapari, e em 1970 iniciou as obras de urbanização do nosso Balneário, que haviam sido aprovadas no ano anterior. Em 1974, foi construído o Hotel Thanharu, de propriedade da família do Sr. José Olympio Alochio. Também foi construído o Hotel Castelhanos, pelo Sr. Moacir Longue, e hoje esses são os dois hotéis do Balneário, que também possui várias pousadas e inúmeras casas para locação temporária. Seguindo pela beira-mar, desfruta-se de uma bela paisagem formada pela praia principal (1), bastante arborizada e com vários quiosques com ótimos serviços. Mais à frente, terminado o calçamento, chega-se no final da Ponta dos Castelhanos, que é a península onde se situa o Balneário. Virando à direita, na última rua, segue-se em direção a uma charmosa praia, deliciosa para quem gosta de nadar pois o mar ali é quase sempre bem tranquilo. É a praia “Boca da Baleia” (2), geralmente pouco frequentada, pois pouco conhecida pelos veranistas, e por não possuir, ainda, uma boa infraestrutura, com quiosques fixos. A estrada de terra segue para Porto Velho, e hoje é denominada Avenida Carmen Melotti, terminando no Mirante de Anchieta, na Rodovia do Sol. Nessa, virando-se à esquerda, entra-se na sede do município de Anchieta. Mas, voltando à Avenida Carmen Melotti, logo à direita está o chamado Poço de Anchieta. Ele é um dos vários surgidos por milagre de São José de Anchieta, que por ali passando em suas andanças missionárias, com sede, bateu seu bastão no chão, fazendo brotar água puríssima. Há quem negue essa origem, contudo, não se pode negar que é uma bela história, e o local merece uma pequena construção para acolher peregrinos que ali quiserem descansar e orar. Continuando pela avenida, no seu lado esquerdo existem várias entradas pela mata, dando acesso a pequenas praias separadas por blocos de recifes areníticos. Como elas não tinham nome resolvi, eu mesmo, denomina-las. Todas ficam pouco visíveis da avenida, pois estão encobertas por restos da mata atlântica. Contudo, seguindo as picadas feitas pelo uso, não há problema algum. A primeira está logo após a praia Boca da Baleia, com uma entrada mais ampla. Denominei-a “Praia das Borboletas” (3), pois ali elas estão, quase sempre, em quantidade. Nela existem ótimos lugares para se fazer um piquenique. Mais à frente, diante do Poço de Anchieta, existem duas entradas que levam a uma praia também muito agradável, à qual dei o nome de Praia “Poço do Padre” (4), pois razões óbvias. É a mais extensa de todas, naquela região. Prosseguindo, existem duas novas entradas, que dão numa praia à qual dei o nome de “Praia do Dinossauro” (5), pois tem um recife arenítico cujo formato é o de uma perfeita cabeça desse animal pré-histórico, como se estivesse saindo do mar. Ela pode ser vista da avenida, logo que se penetra em um de suas entradas. Mais à frente, onde se inicia uma longa reta na avenida, tendo do lado direito uma chácara bem cuidada, está um morro com duas grandes árvores, que chamo de “as árvores gêmeas”. Elas marcam a entrada, do lado esquerdo, para uma praia bem extensa, porém com bastante recifes negros. Mesmo assim, possui bons espaços de areia bem limpa e pequenas enseadas onde se pode entrar no mar, cuidando-se ao caminhar, com os recifes submersos. Estando nessa praia, e caminhando para o lado esquerdo, chega-se a uma formação de rochas totalmente diferentes, pois ao invés do aspecto granulado dos recifes, parecem folhas de papel superpostas. Nelas é possível sentar-se para um piquenique, com uma bela vista do monte Aghá, de Piúma. Monte cujo nome não vem da letra H, mas que no idioma dos antigos índios puris, que ali habitavam, significa “lugar de se ver Deus”, pois no alto faziam suas adorações e preces. A essa praia, dei o nome de “Praia das Folhas de Pedra”, ou “Praia da Meditação” (6), pois é onde fico um bom tempo nessa prática. Pena não existirem placas indicando essas praias, e seus nomes. Esses são alguns dos encantos “ocultos” de nosso Balneário de Castelhanos. **************************** (*) Médico e Escritor. Da Academia Mineira de Medicina e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Autor dos livros “Sobre o viver e o morrer”, “Luto”, “Suicídio” e “A morte em três tempos”, da Ed. Vozes; “Crônicas à beira-mar”, da Ed. Del Rey. Também os dois volumes de suas memórias, esses disponíveis pelo e-mail: evaldo.edite@gmail.com

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